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Flores de cerejeira
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"Envelhecer é o destino de todos, mas é muito difícil envelhecer e de entendê-lo como objetivo."

Dra. Silvana Coelho Nogueira

Cair de maduro não dá!

  • Foto do escritor: silgeriatria
    silgeriatria
  • 15 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Olá, querido leitor!


Vamos falar hoje sobre um assunto tão corriqueiro que, em um primeiro momento, não chama muito a atenção, mas que dá o que falar quando acontece na pessoa idosa: as quedas! Cair é um evento acidental e que não costuma gerar grande alarde, afinal, quem de nós nunca foi ao chão?! Mas no idoso, cair pode ser tanto um sinal de que algo não está bem, como pode levar a consequências graves.


Estima-se que aconteça uma queda a cada segundo nos Estados Unidos. Os idosos são mais propensos a cair por uma série de fatores relacionados a idade. Manter-se de pé é fruto de uma relação virtuosa entre os sentidos- tato, audição, visão, principalmente- o nosso sistema osteomuscular e a função central que regula o equilíbrio. Com a idade, os sentidos se alteram, enxergamos com mais dificuldade, seja por presbiopia, ganhando os óculos com lente multifocal, um clássico! Ou evoluímos com catarata, glaucoma ou degeneração macular, dentre outras tantas doenças que podem afetar os olhos do idoso. A adaptação a mudanças de intensidade da luz fica mais lenta. A audição e o tato também sofrem. O envelhecimento altera a constituição do corpo. A água corporal diminui, o que significa menos água nas articulações, propiciando o surgimento de artrose que causa dor e instabilidade das juntas, especialmente do joelho. Os pés ficam mais planos, a coluna encurva para frente, o centro de gravidade muda. Assim, todas essas mudanças que acontecem depois dos 40 anos aumentam o risco de cair frente a um obstáculo e de não conseguir se defender dos impactos da queda.



Cair duas vezes no ano já é um sinal de alerta. Algo não está bem com esse idoso que cai. Esse idoso precisa ser investigado. Todas as medicações checadas, pois algumas podem levar a sedação, diminuição da pressão arterial e do batimentos cardíacos como remédios para dormir, antialérgicos simples, alguns remédios para dor, medicamentos para pressão. É importante checar os pés do idosos, verificar seus calçados, entender se ele tem sarcopenia, se tem tido tontura.


Muitas vezes, a queda pode ser algo não habitual, um evento sentinela, ou seja, o primeiro sinal de atenção de que o corpo não está bem. Uma queda recente pode ser um sinal de uma infecção urinaria, pneumonia, um acidente vascular encefálico ou uma diminuição do sódio, por exemplo.


Se cair tornou-se usual, precisa ser investigado, as causas descobertas e o problema deve ser atacado prontamente. Quedas frequentes podem ser prevenidas. Então, vale cuidar da massa muscular, usar os óculos adequados, tirar os tapetes de casa, ter cuidado com pequenos obstáculos e conversar sempre com o médico para checar as medicações e diminuir a chance de problemas.



Dra. Silvana Coelho Nogueira

Dra. Silvana Coelho Nogueira é medica geriatra, CRM 18612DF/ RQE 10216, especialista pela Universidade Federal de São Paulo e pela Associação Médica Brasileira. Pós graduada em Oncogeriatria pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Possui Residência médica em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo e é formada pela Universidade Estadual do Piauí. Radicada em Brasília, onde exerce sua atividade profissional desde 2011. Escreve às quintas-feiras para o portal Etarium.




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