Sentir dor não é normal da idade!
- silgeriatria
- 18 de out. de 2023
- 2 min de leitura
Com o passar dos anos, o corpo humano sofre uma série de alterações que pertencem ao envelhecimento normal. Por exemplo, a quantidade de músculos diminui, o estômago fica menos ácido, a água armazenada nas articulações reduz. Mas alguns sintomas bastante comuns na população 60+, não acontecem por conta do envelhecer e sim por doenças comuns com o avançar da idade. É o caso da dor.
Sentir dor não é normal da idade, mas alterações muito comuns em pessoas idosas podem gerar dor crônica, até mesmo contínua.
A dor é, em si, algo bom. Ela é um sinal de alerta. Sem dor, poderíamos nos machucar facilmente. Veja, se não existisse o mecanismo de dor não saberíamos que o braço está numa superfície quente e não tiraríamos ele de lá, sofrendo danos terríveis. A dor pode vir quando acontece um machucado ou ferida em uma área do corpo ou quando um nervo é lesionado. Chamamos a primeira de dor nociceptiva e a segunda de dor neuropática. Outro tipo de dor muito conhecida é a dor emocional, aquela do fundo do coração, gerada por problemas de saúde física ou mental ou até mesmo espiritual.
O problema maior da dor é quando o que era um mecanismo de alerta para proteção do organismo, vira algo constante e sem nenhuma relação com o perigo. É o caso da dor crônica, a dor que fica por mais de um mês e que precisa ser tratada.
A artrose de joelhos, lombalgia, depressão, fibromialgia, neuropatia são exemplos de doenças comuns em pessoas maduras e que podem causar bastante dor. Muitas vezes, a diferença de tamanho entre um lado e o outro do seu corpo- sim, isso existe deixando você tortinho para um lado, também gera dor contínua. Hoje, entre 20 a 50 % dos idosos no Brasil queixam de algum tipo de dor recorrente, segundo uma pesquisa da Comissão de dor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG.
Não se esqueça: ter dor todos os dias não é normal da idade, tem tratamento e a dor precisa ser tratada. Sim, precisa, pois dor crônica que não é tratada, acaba aumentando com o tempo, destrói a qualidade de vida, aumenta as chances de depressão e de isolamento social. Pior, quando a dor não é tratada, até estímulos que não são dolorosos começam a ser interpretados pelo corpo como dolorosos. É o caso de um toque suave do tecido da roupa ou até o vento que passa pela face. Um terror!
Assim, se você apresenta dor recorrente há mais de 4 semanas, já é hora de procurar o tratamento adequado com um médico competente e uma boa equipe multidisciplinar. O tratamento está aí. Viva uma vida melhor sem dor!

Dra. Silvana Coelho Nogueira é medica geriatra, CRM 18612DF/ RQE 10216, especialista pela Universidade Federal de São Paulo e pela Associação Médica Brasileira. Pós graduada em Oncogeriatria pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Possui Residência médica em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo e é formada pela Universidade Estadual do Piauí. Radicada em Brasília onde exerce sua atividade profissional desde 2011. Escreve às quintas-feiras para o portal Etarium.
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