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"Envelhecer é o destino de todos, mas é muito difícil envelhecer e de entendê-lo como objetivo."

Dra. Silvana Coelho Nogueira

Vacina Contra Herpes Zoster: Um Aliado Essencial na Saúde do Idoso

  • Equipe Blog Dra. Silvana
  • 29 de jul.
  • 3 min de leitura

Os beneficios da vacina vão além da prevenção habitual de uma doença.


Seringa e frasco ampola

O envelhecimento traz consigo uma série de mudanças no sistema imunológico que tornam os idosos mais vulneráveis a infecções e reativações virais, como é o caso do herpes zoster. Popularmente conhecido como "cobreiro", o herpes zoster é causado pela reativação do vírus varicela-zoster, o mesmo da catapora, que pode permanecer latente por décadas no organismo.


Com o avanço da medicina preventiva, a vacina contra o herpes zoster tem se mostrado uma estratégia eficaz para proteger a população idosa contra essa doença, que vai muito além de uma simples erupção cutânea. E ainda está associada a benefícios adicionais surpreendentes, como a redução no risco de demência e de acidentes vasculares cerebrais (AVC).


Por que o herpes zoster preocupa na terceira idade?

Embora possa ocorrer em qualquer idade, o herpes zoster é mais comum e mais grave em pessoas com 60 anos ou mais. A principal complicação é a neuralgia pós-herpética, uma dor intensa e persistente que pode durar meses ou até anos após o desaparecimento das lesões. Essa condição compromete significativamente a qualidade de vida, afetando o sono, o humor e a capacidade de realizar atividades diárias.


Impactos positivos da vacinação


1. Redução da incidência da doença

Estudos mostram que a vacina reduz em mais de 90% os casos de herpes zoster em idosos imunocompetentes, especialmente com as vacinas mais modernas, como a recombinante (Shingrix®). Isso significa menos internações, menos uso de medicamentos para dor e menos complicações associadas.


2. Prevenção da neuralgia pós-herpética

Além de diminuir a ocorrência da doença, a vacina reduz em até 85% o risco de desenvolver neuralgia pós-herpética, protegendo o idoso contra uma das dores crônicas mais debilitantes da geriatria.


3. Melhora na qualidade de vida

Ao evitar o surgimento da doença e suas complicações, a vacinação permite que o idoso mantenha sua autonomia, continue suas atividades diárias com menos limitações e preserve sua saúde mental e emocional.


4. Custo-benefício positivo para o sistema de saúde

Com menos casos graves, menos internações e menos tratamentos prolongados para dor crônica, a vacinação também representa uma economia significativa para o sistema de saúde público e privado.


Herpes zoster, AVC e demência: qual é a relação?

Pesquisas recentes mostram que, após um episódio de herpes zoster, há um aumento significativo no risco de AVC, especialmente nos primeiros 3 meses após a infecção. Acredita-se que o vírus pode causar inflamação nos vasos sanguíneos (vasculite), favorecendo eventos trombóticos e isquêmicos.


Além disso, estudos observacionais associaram infecções virais, como o herpes zoster, a um maior risco de declínio cognitivo e demência, incluindo Alzheimer. A inflamação crônica desencadeada por infecções pode ter papel na aceleração de processos neurodegenerativos.


Vacinação: um escudo contra múltiplos riscos

A boa notícia é que a vacinação contra herpes zoster não apenas previne a reativação do vírus, mas também pode reduzir indiretamente o risco de AVC e demência. Veja os dados:

  • Um estudo publicado no Journal of the American Heart Association (2022) mostrou que indivíduos vacinados contra herpes zoster tiveram um risco até 20% menor de AVC em comparação com os não vacinados.

  • Outro estudo, publicado em 2023 no BMJ, observou que a vacinação foi associada a uma redução de até 25% na incidência de demência em idosos, sugerindo que prevenir a reativação viral pode ajudar a preservar a função cognitiva.


Esses efeitos benéficos são particularmente relevantes em um contexto de envelhecimento populacional, em que AVC e demência estão entre as principais causas de incapacidade e mortalidade.


Quem deve se vacinar?

A recomendação atual do Ministério da Saúde é a vacinação de adultos a partir de 60 anos, especialmente aqueles com doenças crônicas controladas, mas algumas Sociedades médicas indicam a partir dos 50 anos de idade. A vacina recombinante, por não conter vírus vivos, também pode ser utilizada em pessoas com imunidade comprometida, desde que com orientação médica.


Conclusão

A vacinação contra o herpes zoster representa uma importante ferramenta de prevenção de doenças debilitantes na terceira idade. Seus impactos positivos vão além da proteção contra uma infecção viral: promovem envelhecimento saudável, mais autonomia e bem-estar.



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